A Tosta que virou Rainha
Maria Amélia de Orleães foi a última rainha de Portugal. Filha de Luís Filipe e Isabel de Orleães, Maria Amélia acabou por nascer nos arredores de Londres onde passou grande parte da sua infância marcada pelo exílio político desde que Napoleão III subiu ao trono em França. A família pode regressar ao seu país natal em 1871 e quinze anos mais tarde, D. Amélia chega a Portugal onde acabaria mais tarde por casar com o Rei D. Carlos.
Numa das visitas que fez ao Porto, por ocasião de um banquete real, foi solicitado à Fábrica Paupério que produzisse uma tosta doce como forma de presentear a ainda princesa D. Amélia. O produto foi cuidadosamente concebido para que a requintada tosta tivesse as características certas para acompanhar doces e compotas.
D. Carlos sobe ao trono em 1889 e D. Amélia é coroada rainha com apenas 24 anos. Este facto histórico determinou que a partir daquela data, a tosta doce passou a denominar-se Tosta Rainha por homenagem à rainha, e que é ainda usado nos dias de hoje.
Pessoa culta e ávida de conhecimentos, adorava teatro e ópera, gostava de ler e tinha talento para a pintura. Mãe de três filhos, estendeu a vontade que tinha de aprender à vontade que tinha de ensinar alargando-lhes horizontes através de uma viagem pelo Mediterrâneo onde lhes mostrou as antigas civilizações romana, grega e egípcia. Fruto da época em que viveu, pelas transformações políticas, sociais e culturais, era amada por uns e odiada por outros. Regressou a França depois do assassinato do marido e do príncipe herdeiro tendo falecido em Outubro de 1951.